segunda-feira, 5 de abril de 2010

A conspiração ao meu querer

Preciso render-me aos fatos. Há momentos em que inúmeras forças conspiram contra o meu querer. Não há um culpado; não é Deus, ou a conjunção dos astros. Mas hoje é um daqueles dias em que nada que tentei fazer deu certo.
O que fazer diante de uma reunião de contratempos, de um conluio de reveses, de um contrafluxo intransponível de acontecimentos?
Indignar-se, resmungar, perder o humor e a paciência? De nada adiantaria, eu já estive na mesma situação, reagir assim só me deu mais cabelos brancos.
Resignar-se? Tampouco.
Momentos assim nos ensinam a ser estrategistas. Subitamente vem à minha mente uma imagem de Maradona na Copa de 1986. Nela, um solitário camisa 10 argentino à frente de pelo menos sete jogadores da Inglaterra. Naquele momento Maradona encontrava a conspiração ao seu querer.
O resultado desse confronto foi o talvez mais lindo gol feito por um jogador em uma Copa do Mundo. Arrancou, driblou um, passou por outro, até chegar ao gol, exausto, e ainda ter forças para empurrar a bola para as redes, para delírio de seus conterrâneos.
Hoje tenho de ser Maradona. Ou talvez nem tanto. Mas é meu dever encarar as adversidades e suplantá-las. E torcer para que amanhã os encadeamentos fáticos me sejam favoráveis. Pois ninguém, nem mesmo Maradona, é Maradona, todos os dias.

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