domingo, 24 de maio de 2009

Se tudo fosse...

Se tudo fosse como os meus olhos imaginam ser
E nada mais seria tão difícil como é de entender

Seria o sol, calor e luz
Seria a lua, romance e reflexão

Se todo o irreal pudesse ser vivido, ser real
E sonhos serviriam como pontes para o ideal

O impossível, possível então
E tudo assim, teria explicação

Mas com os pés no chão
Não temos o poder nas mãos
Queremos o que não podemos, e temos
E temos o que o destino tem a oferecer

Se tudo fosse como os meus ouvidos acreditam ser
Palavras valeriam mais que assinaturas em papéis

Seria o mar, canção de ninar
E as bombas iriam então se calar

Sol, calor e luz
Lua, reflexão
Mar, canção de ninar
Bombas, calar

Mas com os pés no chão
Não temos o poder nas mãos
Queremos o que não podemos e temos
E temos o que o destino tem a oferecer...

sábado, 16 de maio de 2009

Muito


Gente, cá estou eu, às 6h48min de um sábado frio e convidativo ao sono, à frente de meu computador, estudando sobre as características sintáticas das cantigas medievais galego-portuguesas. Isso porque o sono me deu nocaute sucessivamente ao longo de toda a semana. Não foi preguiça não, eu juro. Só que hoje eu preciso fazer esse trabalho, porque hoje eu tenho de entregar, daqui a algumas horas. Vamos lá.


Bem, está aí explicado também porque me ausentei tanto essa semana.


Também não gosto apenas de escrever por escrever, a inspiração precisa fluir, precisa aparecer, e confesso, ela aparece nas horas mais impróprias - como essa agora.


Bem, preciso me motivar, afinal falta pouco mais de um ano para eu terminar finalmente meu ensino superior... aí sim! Aí eu... bem... é, na verdade não vai mudar MUITA coisa...


Mas no mundo hipócrita em que vivemos hoje o estudo encurta sim a orelha do burro. Entretanto um cidadão que talvez nem tenha completado o Ensino Médio mostra toda a sua inteligência - gostemos dele ou não - e é nosso presidente. Como explicar isso para os nossos filhos? Estuda meu filho, que sem estudo ninguém vai longe! Mas como, papai, se o Lula fala tudo errado? Mas como papai, se o Ronaldo Fenômeno, ou o Gaúcho, ou o Adriano, ou o Romário, estão ricos e com a vida feita? Mas como, papai, se Sheilas e Scheilas mostram a bunda e ficam ricas? Mas como, papai, se os funkeiros vendem milhões de CDs?


O mundo é difícil de explicar...


Acho também que o mundo não tem muita solução... ou melhor: a solução seria uma nova raça dominante, um outro ser humano, HUMANO de verdade, com a humanidade e tolerância que não temos.


Falamos e criticamos os conflitos no Oriente Médio, mas não somos capazes de aceitar sinceramente um pedido de desculpas. Não somos capazes de esquecer problemas que só ficam maiores por culpa de nossa lembrança. Somos masoquistas, adoramos cultivar as nossas feridas abertas, deixá-las supurar, apodrecer, gangrenar...


Não olhamos para o nosso próprio Oriente Médio...


E se não temos soluções para o nosso microcosmo, por quê achamos que é mais fácil solucionar uma querela de mil anos?


To be continued...

domingo, 10 de maio de 2009

Mensagens

Hoje aconteceu algo muito estranho comigo em minha aula na faculdade. Após uma divertida aula com a melhor professora que tenho no período, estava saindo da sala quando um colega - que não me lembrava de ter visto antes - me para e pergunta por quê eu não estava trabalhando diretamente com jornalismo, já que tinha dito que gostava muito. Fiquei um pouco perdido, principalmente porque não tinha falado com esse rapaz antes. Mencionei o que sempre digo: houve um momento em que tive de escolher entre o sonho e a realidade. O sonho era terminar a faculdade de jornalismo, seguir carreira, ser reconhecido e chegar à televisão e às grandes empresas televisivas. A realidade? Estava velho demais e com compromissos demais para arriscar começar tudo do zero, novamente, largar meu emprego atual e aceitar empregos e estágios para receber um décimo do que recebo hoje. Um curso de letras me daria mais prestígio em minha carreira atual.
O rapaz disse ter me ouvido falar durante uma aula do segundo período(isso deve ter sido há um ano atrás), e gostou muito de minhas argumentações. Depois me disse que trabalha no setor de engenharia da Rede Globo e que poderia me levar para conhecer a empresa e, quem sabe, participar de uma futura seleção profissional.
O rapaz me disse que não é muito fácil entrar na Globo, mas ter um conhecido ajuda e muito, e deu a entender que poderia me mostrar o caminho.
Sinceramente - e infelizmente - pensei em suas segundas e terceiras intenções em tal iniciativa. Mas minha sensitividade nunca me traiu e, por mais que tentasse, não conseguia identificar nessa pessoa nada, além de um interesse legítimo em ajudar alguém.
Foi algo que me perturbou positivamente. Comecei a ver diante de meus olhos, naquele momento, enquanto falava com esse colega, um filme. Toda a minha empolgação no curso de jornalismo, os trabalhos feitos, os elogios recebidos por meus professores... tudo isso parecia já enterrado em minhas memórias distantes, visto que tinha escolhido um outro caminho para minha carreira. A conversa com esse rapaz parece ter acordado em mim aquele sonho, que se ainda é distante, pelo menos não morreu dentro de mim.
Curioso como um momento como esse parece mágico, te faz pensar... parece uma mensagem, alguém querendo te dizer: não desista, você pode sonhar, você tem talento, vá à luta!
Não posso deixar de pensar numa mensagem divina. Deus parece se comunicar comigo através de sinais, alguns muito evidentes, que até contarei aqui em outros posts...
O fato é que vou aceitar o convite de meu colega. Na pior das hipóteses vou pelo menos conhecer a Rede Globo por dentro. Não custa seguir os nossos instintos uma vez ou outra, não é mesmo? E algo me diz que esse acontecimento não veio ao acaso...

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Longo inverno...

Está difícil conseguir manter-me acordado para postar esses dias... não me permito trancar-me em meu escritório antes de meus anjinhos irem dormir, pois o tempo com eles é precioso e raro.
Entretanto o sono tem me vencido ultimamente.

A nova gripe

Confirmados os primeiros casos da gripe A(H1N1) aqui no Brasil, temos a certeza de que esta é uma nova doença com a qual teremos de conviver daqui para frente. Não parece ser tão mortal quanto sua parente aviária, embora exija cuidados especiais, e acredito simplesmente ser impossível impedi-la de se globalizar. Uma pandemia iminente como essa só deixa exposta toda a xenofobia, todo o racismo econômico, todo o preconceito de nossa sociedade capitalista, egoísta e individualista. Países querendo proibir vôos provenientes de países com casos da doença; equipes de futebol e jogadores sendo discriminados sem um motivo concreto e mesmo com todas as precauções sanitárias sendo tomadas; grupos de mexicanos sendo mantidos em cárcere privado na China...

A civilização

O Oriente se retrai
O Ocidente se distrai
E atrás do sol o céu se faz
De manto negro pro estrelar

Mar azul já não é mais
A areia queima por queimar
O vento sopra e traz no ar
Odores bons, odores maus

Cedo ou tarde, tanto faz
O homem vive em seu lugar
Faz o errado ser normal
Normal, veneno fatal

O Oriente se refaz
O Ocidente se desfaz
E atrás da lua o céu é bem capaz
De avermelhar pro sol voltar

A neve gela por gelar
O vento sopra e traz no ar
O frio que a vida congelou
Um ciclo a mais que terminou

sábado, 2 de maio de 2009

O que dizer


O que dizer do vento a te soprar daqui

O que dizer do mar a te lavar de mim

O que dizer se há tempos

Dizer não é fazer

E se dizer não é tudo

Pensar então

O que dizer?


O que dizer do tempo a te enfraquecer

O que dizer do sol agora a se esconder

O que dizer se as nuvens estão a te sombrear

E se tua sombra some

Eu perco a minha fome

Viver é te viver


Escalo as minhas crenças

Mergulho em outro ser,

Que seja o teu perfeito

Me importa mais que a mim


Mas se tua luz não brilha

Não passa o teu calor

Meu frio me alucina

Inverno, teu amor


O que dizer da vida que trai um sonhador

O que dizer se agora lembrar é minha dor

O que dizer da areia a voar de encontro ao só

O que dizer de mim, o que dizer de ti

O que dizer...